A importância de uma informação credível

Carlos Furtado

Carlos Furtado

A importância de uma informação credível

A época em que vivemos é seguramente aquela em que se produz mais informação, em que há mais meios de difusão, em que as redes sociais explodiram e são parte do nosso dia a dia. Cada um de nós é hoje um difusor de informação, um potencial comentador ou jornalista.

Vivemos numa era em que todos comunicamos para todos, em oposição ao que era a prática num passado recente, em que alguns comunicavam para todos. E o paradoxo é que esta é a época em que se produzem mais notícias falsas, em que mais desinformação existe, em que é necessária a existência de programas e meios de informação com o único intuito de desmontar as informações falsas que circulam. E estas são, por norma, as mais difundidas pois em muitos dos casos são sensacionalistas, maldizentes ou fomentam a crítica fácil. É igualmente curioso pensar que programas como o Polígrafo da SIC são financiados pelo Facebook. É a forma com que procura pagar os seus pecados. E claro que, de uma maneira geral, a população portuguesa é rápida a criticar os meios de comunicação social, ou porque são tendenciosos ou porque não relatam a verdade dos factos que eles, leia-se os portugueses, gostariam de ver retratados. A consequência mais visível está nas dificuldades económicas que atravessam os meios de comunicação social, as baixas vendas em banca da imprensa, a redução do investimento publicitário a que acresce a multiplicidade de divisão dos investimentos, com claro prejuízo para os media tradicionais. A TV arrecada 89% do investimento, restando uns míseros 11%, para repartir pela imprensa, rádio, cinemas, internet e outdoor.

Aqui chegados, deparamo-nos com o título deste artigo: a importância de uma informação credível. E vou analisá-la por dois prismas: Carlos Furtado, o cidadão, e Carlos Furtado, o gestor de comunicação.

Na minha primeira faceta, diria que prefiro mil vezes os meios de comunicação tradicionais, passíveis de errar, mas que podemos, enquanto cidadãos, criticar, apelar e responsabilizar, do que redes sociais descontroladas e dominadas por faunas de desvairados opinadores, ou controladas por enigmáticos algoritmos que bloqueiam ou condicionam a informação que circula e selecionam em segundo plano quem a lê. Lembremo-nos do caso Cambridge Analytica.

Na minha segunda faceta, compete-me defender a credibilidade que a minha empresa conquistou como difusora de informação credível, continuando a prestar um bom serviço aos nossos clientes e a ser fonte e parceira dos media. Não mentir, não aumentar o ruído junto dos jornalistas, fazendo-lhes chegar apenas a informação que lhes interessa, na altura certa e de forma correta. É este o nosso trabalho, é esta forma de estar que nos permite continuar a trabalhar e a ser respeitados quer pelas empresas quer pelos jornalistas.

E termino com um alerta: cabe-nos a todos defender a comunicação social como pilar essencial de um sistema democrático, no qual me revejo e continuarei a defender. Comunicação social, agências de comunicação e empresas, somos partes de um sistema que temos de manter vivo. Cada um que faça o que lhe cabe. A bem de uma informação credível e de uma sociedade democrática.

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2023-10-16T15:39:11+00:00
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