2022: Regresso ao passado
Por muito que tente e tenha lutado para que o termo COVID não fizesse parte das nossas conversas, o certo é que tenho que me resignar. Não só porque assustou e ainda assusta muita gente, como, efetivamente, teve influência em imensas áreas do nosso dia a dia.
Se implicou, e muito, na forma como vivemos, influenciou, e de que maneira, a economia e o equilíbrio económico entre países — a chamada economia global. O nosso “eu” individual descobriu que havia a possibilidade de nos imporem recolher obrigatórios, confinamentos e outras leis que nos cortaram as liberdades individuais. A elas aderimos. Na economia, teve lados perversos e lados menos perversos, mas, como referi, com imensas implicações.
Será que, a médio prazo, a China perderá o peso que hoje tem, graças a um acordar da Europa e do mundo ocidental, que iniciaram um processo — tímido, é certo — de reindustrialização? Será que a aceleração que sofreu todo o mundo tecnológico é positiva? Existem ou não mudanças na forma de as empresas comunicarem com os seus públicos, obrigando os gestores a pensarem duas vezes no que fazem e como o fazem?
Até aqui, diria que as mudanças são positivas. E, se o processo de reindustrialização não parar, ainda farei uma estátua ao COVID.
No que diz respeito à comunicação, percebemos, no último trimestre de 2020, que foram muitas as empresas que “descobriram” a necessidade de comunicar — fosse através das redes sociais, que tiveram um boom de procura e de oferta, ou da tradicional, mas mais respeitada, assessoria de imprensa.
É certo que, como na cozinha, é importante que as doses sejam certas para que a receita funcione e satisfaça as necessidades de cada empresa, em determinado momento, para atingir determinados públicos, muitas vezes mais exigentes e esclarecidos. E isto leva-me ao título deste artigo: vamos, em 2022, regressar ao que fazíamos até 2019, mas em doses diferentes?
Voltaremos aos eventos presenciais? Sim, acredito que sim. Será que a comunicação digital vai manter o ritmo de crescimento dos últimos tempos? Sim, acredito que possa manter o ritmo de crescimento, mas as empresas vão ter que mudar a forma como estão presentes. A saturação que existe nas redes sociais e o aumento das fake news são alguns dos fatores que vão merecer atenção redobrada dos profissionais de comunicação.
E, por fim, aquela que ainda hoje é a mais conceituada e respeitada forma de comunicar — refiro-me à assessoria de imprensa. Apesar das críticas constantes de que é alvo, injustas na maior parte das vezes, a comunicação social é a que garante maior veracidade na informação, aquela que separa o trigo do joio, dando espaço ao que é verdadeiramente importante e notícia. E, uma vez mais, a importância de recorrer a profissionais, a agências de comunicação como a Porto de Ideias, que conhecem o modo de funcionar deste “diálogo” com os jornalistas, na procura de espaço noticioso.
Diria que voltaremos ao passado, com o uso das mesmas ferramentas de comunicação, mas com uma nova distribuição das doses. Nem os eventos morreram, nem a imprensa morreu. Bem-vindos a 2022!